A Rede Catarinense de Notícias (RCN), divulgou na última sexta-feira (11/04), pesquisa eleitoral das eleições de 2026 ao governo do estado. Realizado pela Futuro Inteligência, o levantamento foi realizado via telefone e ouviu 844 pessoas com 16 anos ou mais entre os dias 25 de março e 03 de abril. A margem de erro é de 3,5 pontos percentuais para mais ou para menos e o índice de confiança é de 95%.
ESQUISITO
Primeiro de tudo, precisamos comentar que, na referida pesquisa, são apresentados dos nomes do mesmo partido, PSD, João Rodrigues, prefeito de Chapecó e Topázio Neto, prefeito de Florianópolis. Conversei com algumas pessoas, ligadas a partidos diferentes e todos trataram isso como “esquisito”, o que cria um certo ar de desconfiança. Porém, vamos a análise, sem levar em conta este mérito.
PESQUISA
Na resposta espontânea, diante da pergunta em quem o eleitor votaria para o Governo do Estado, Jorginho Mello aparece com 25% das intenções de voto; João Rodrigues (PSD), prefeito de Chapecó, com 8,3%; Topázio Neto (PSD), prefeito de Florianópolis, e Adriano Silva (Novo), prefeito de Joinville, aparecem com 0,3% cada. O deputado estadual Antídio Lunelli (MDB) registra 0,1%. Não sabem/não responderam 54,7%.
Na resposta estimulada, quando se apresentam alternativas ao eleitor, Jorginho Mello aparece com 48,7% das intenções de voto; João Rodrigues com 22,1%; Adriano Silva com 5,6% e Antídio Lunelli com 3,5%. Ninguém/Branco/Nulo 11,6% e não sabem/não responderam 8,5%.
ANÁLISE
A pesquisa mostra o atual governador do estado, Jorginho Mello (PL) na liderança, algo totalmente normal, a final, ele tem a máquina na mão e a publicidade em torno do seu nome que o cargo trás. Porém, 25% das intenções de voto – na pesquisa espontânea – é um número baixo para quem busca a reeleição e está com a “pista livre” correndo sozinho até agora. Isso significa que a cada 10 pessoas apenas duas apontam o atual governador como candidato.
João Rodrigues (PSD), aparece com 8,3% neste cenário, mas devemos lembrar que o mesmo se colocou como pré-candidato a pouco mais de duas semanas, ou seja, enquanto o primeiro é candidato natural, o segundo é pré-candidato e, em menos de 20 dias do seu ato oficial de lançamento de pré-candidatura, já alcança um terço da votação do primeiro colocado. Já quando se é apresentado os nomes dos candidatos, Rodrigues salta para 22,1%, ou seja, quase 300% de aumento, enquanto o atual governador passa para 48,7%.
LUZ AMARELA
Os dados acenderam a “luz amarela” no governo e no PL, pois esperavam mais. O que chama a atenção, neste caso, de todos os partidos, é o alto número de indecisos, somando 54,7%. Neste caso, temos um terreno fértil para todos os candidatos trabalharem e conquistarem esses eleitores. Se para o eleitor ainda falta muito tempo para a eleição, para os candidatos e seus partidos, a eleição já bate a porta, por que estes sabem que, do anuncio de uma obra até a conclusão e sua entrega a população leva tempo, e são essas entregas que Jorginho Mello corre atrás para reverter esse cenário.
TEM CANCHA
Para o PSD de João Rodrigues, a pesquisa mostra que tem muita “cancha” e espaço a ser ocupado no eleitorado catarinense. Em seu discurso no lançamento de sua pré-candidatura no mês passado, João Rodrigues lembrou do ex-governador Luiz Henrique da Silveira, quando disse: “eu já sinto na pele a vitória”. Luiz Henrique, quando se elegeu pela primeira vez, aparecia com apenas 4% de intenção de votos na primeira pesquisa. Mostrou seu projeto, articulou politicamente e venceu aquela eleição. Para o prefeito de Chapecó, a pesquisa mostra que a estrada esta aberta para trilhar e convencer o eleitor.
PERCORRER O ESTADO
Durante o lançamento da pré-candidatura de João Rodrigues, em Chapecó, o ex-governador Jorge Bornhausen disse, que agora é preciso desenvolverem um excelente Plano de Governo a presentar aos catarinenses. Será preciso percorrer o estado, conversar com as pessoas e apresentar um plano alternativo que coloque Santa Catarina em um novo patamar.
DEVE DISPUTAR
Outro ponto que deve ser levado em conta é que o MDB deve sim disputar as eleições, apresentando nome para o governo do estado. Um dos maiores e mais antigos partidos do Brasil, sabe que tem essa necessidade para não se ver diminuído politicamente. Está trabalhando na organização de suas bases e hoje está no governo do estado, mas não é inteiramente governo. Em 2023, na primeira onda Bolsonaro, com Mauro Mariani na disputa conquistou 23% dos votos, em 2022 foi junto com Moises (Republicanos) e viu que não deu certo. Tendo candidato fortalece e muito a candidatura de deputados estaduais e federais, e é isso que a base vem cobrando. Muitos desses votos sairiam hoje da soma de Jorginho. Aguardemos…